sábado, 21 de março de 2009

LIVRE-SE DA CANDIDÍASE

LIVRE-SE DA CANDIDÍASE

As pomadinhas podem atenuar aqueles sintomas
que incendeiam a sua calcinha. Porém, para
se ver livre dessa infecção de uma vez por todas,
a solução está no seu prato. Reveja o seu cardápio
e desfrute do frescor que você merece!
Por Marjorie Umeda, Revista Boa Forma / junho 2007


Os sintomas você certamente já conhece: corrimento, ardor e uma coceira capaz de deixar qualquer uma louca. Também deve ter percebido que ela pode aparecer uma vez, sumir, e mais para a frente, reaparecer, num quadro que os médicos chamam de candidíase de repetição. O que talvez nunca tenha ouvido falar é que aquilo que você come tem ligação direta com esse incômodo. Para entender essa história, o primeiro passo é saber que a candidíase é uma infecção provocada por um fungo. A cândida Albicans, assim como outros fungos, existe normalmente no organismo de uma mulher saudável – o problema aparece quando ela se multiplica mais do que deveria. Esse crescimento pode acontecer quando você alimenta os bichinhos (comendo aquilo que eles adoram) ou quando faz uso repetido u prolongado de antibióticos, que matam as bactérias ruins e também as boas, responsáveis pela defesa do nosso organismo.
O principal alimento na lista dos prediletos dos fungos é o açúcar. “Além de nutrir a Cândida Albicans, o doce modifica o PH intestinal, deixando o ambiente alcalino, o que favorece a proliferação dos fungos e a diminuição das bactérias do bem que preferem um meio ácido. O curioso é que esses fungos liberam uma toxina que interfere em alguns neurotransmissores, o que acaba atiçando o seu desejo por doces., já que os fungos precisam de açúcar para crescer mais e mais”, diz Denise Carreiro, nutricionista especializada em nutrição funcional, de São Paulo.
Quando a colônia de Cândida Albicans cresce no organismo, tanto pode causar os sintomas vaginais que conhecemos, quanto provocar outros problemas como prisão de ventre, diarréia, gases, cansaço, depressão, micose de unha ou TPM. “A candidíase vaginal é apenas uma das manifestações do excesso de fungo no organismo. é um problema que tem origem no intestino e depois aparece também na vagina, mas pode afetar várias partes do corpo”, explica Patrícia Davidson Haiat, nutricionista funcional, do Rio de Janeiro. Para combater o problema, além de modificar o seu prato, você deve evitar calcinhas de tecido sintético, calça jeans apertada e biquíni molhado o dia inteiro. “A umidade e o abafamento funcionam como um gatilho da candidíase”, explica Maria Elizabeth Ayoub, médica especializada em ginecologia, nutrologia e terapia biomolecular, do Rio de Janeiro.
Uma dieta para eliminar a Cândida Albicans deve ser seguida por mais ou menos três meses. Se você estiver num quadro agudo, primeiro vai precisar tratar os sintomas com remédios (afinal ninguém suporta aquela coceira) e, em seguida, com a dieta, atacar o mal pela raiz. O ideal é modificar a alimentação durante a crise. Além de cortar alguns itens do cardápio, devem entrar na sua rotina os probióticos (organismos vivos que fortalecem as bactérias amigas do intestino). “Embora existam vários produtos com esses elementos, costumo recomendar os probióticos em cápsulas ou saches, pois os iogurtes podem conter açúcar e lactose, substâncias que alimentam os fungos. Outro motivo: os probióticos são sensíveis e morrem se forem expostos à variação de temperatura”, explica Denise Carreiro. Conheça, a seguir, os outros alimentos que devem permanecer fora do seu prato nos momentos de crise, até o seu organismo se restabelecer. Alguns alimentos ficam fora do cardápio, outros dão forças para você vencer essa batalha.
- Caipirinha na happy hour: Vinho e cerveja são bebidas fermentadas pela ação dos fungos. Em uma situação normal isso não significa nenhum problema para o seu organismo, porém, enquanto você estiver com candidíase, todos os alimentos que contém fungos devem ficar fora do seu cardápio. “O fungo que você come, mesmo que não lhe faça mal, confunde o sistema imunológico, complicando sua atuação contra a Cândida Albicans”, explica a nutricionista Patrícia Davidson. Seguindo essa lógica, todos os tipos de cogumelos (que são fungos gigantes), vinagre e produtos que o incluem (como ketchup, mostarda, azeitonas e picles), massas crescidas com fermento biológico (como pão, pizza e torta) só voltam ao cardápio depois de vencida a batalha contra o desconforto.
- Frutas com moderação: Embora alguns nutricionistas prefiram manter as frutas longe do prato devido à frutose, que é o açúcar que elas contém, a maioria dos profissionais libera o consumo de até quatro porções por dia. Apenas o melão e a melancia devem ser excluídas da dieta. “Essas frutas podem conter fungos, que é aquela cobertura branca sobre as sementes”, explica Denise Carreiro. Fungos também estão presentes em todos os tipos de frutas secas, que devem ser substituídas pelas frescas durante as crises.
- Mastiga, mastiga e mastiga: Acelerar as suas garfadas pode deixar a Cândida Albicans mais forte. “Proteína mal digerida vira alimento para os fungos. Se a carne, por exemplo, não estiver bem triturada, as bactérias do bem não conseguem tirar proveito do alimento. Já os fungos têm a capacidade de se nutrir mesmo com a proteína mal mastigada”, explica Denise Carreiro. Considere o tempo que você gasta à mesa como um investimento de saúde.
- Arroz, só se for integral: Os carboidratos refinados e simples, como biscoito, arroz, macarrão e pão branco, viram açúcar rapidamente no organismo: um banquete para a Cândida Albicans. “Os produtos refinados podem ser substituídos pelos integrais, mas, nas crises agudas ou quando a paciente tem intolerância a glúten, devemos corta-los completamente”, diz Denise Carreiro. Por uma razão parecida, leite e seus derivados também ficam afastados da sua alimentação. Esses produtos contém lactose – um tipo de açúcar.
- Reavalie o anticoncepcional: Você não vai acreditar: o hormônio sintético das pílulas anticoncepcionais também é um alimento e tanto para os fungos. “Se tenho uma paciente com candidíase de repetição, sugiro que ela discuta com o ginecologista a troca por outro método – camisinha, DIU de cobre, diafragma – pelo menos por um tempo”, explica Patrícia Davidson.
- Lei seca nas refeições: Aquele suco que você bebe enquanto come pode atrapalhar o seu processo digestivo e tirar o equilíbrio da flora intestinal – diminuindo a quantidade de bactérias do bem e aumentando a força dos fungos. “A presença dos ácidos no estômago, durante a digestão, é importantíssima para a quebra de proteínas e para a absorção de vitaminas e minerais pelo intestino. Essa acidez também garante a vida das bactérias amigas. O líquido ingerido com as refeições, dilui a acidez, atrapalhando a digestão e a defesa no meio intestinal”, explica Denise. Para que tudo corra bem, a lei seca deve se manter por até uma hora depois da refeição. Depois disso, fique è vontade - o organismo precisa de pelo menos 2 litros e meio de água por dia para eliminar todas as toxinas.
- Dê preferência aos sucos e adoçantes naturais: Apesar de práticos, o refrigerante e o suco de frutas industrializado não são boas opções se você está com excesso de fungos. “Essas bebidas normalmente contém açúcar ou adoçantes artificiais, que servem de alimento para a Cândida Albicans, e ácido cítrico – que é produto de um fungo –portanto, também interfere na ação do seu sistema imunológico”, explica Patrícia Davidson.
- Relax, Baby: Além de todos os males que a gente já sabe que estão associados ao stress, viver à beira de um ataque de nervos também pode abrir a porta aos fungos. “ Quem é estressada se sente o tempo todo sob pressão. Além de jogar a imunidade lá para baixo, nessas condições o organismo pode interromper a produção do ácido clorídrico no estômago, comprometendo o equilíbrio da flora intestinal, o que é um convite à proliferação de fungos”, explica Maria Elizabeth Ayoub.
- Verdura no cardápio: Se o doce é o alimento preferido dos fungos, uma alimentação equilibrada, com muita salada verde escura no almoço e no jantar é a salvação das bactérias amigas que vivem no nosso intestino. “ A folha verde tem muitas fibras, auxilia na fermentação das boas bactérias, mantém o pH do intestino adequado e, com isso, destrói os fungos. Comece aos poucos e você vai se acostumar com o sabor – o nosso organismo tende a gostar das coisas que lhe fazem bem”, explica Denise Carreiro. Se para você, a salada não desce de jeito nenhum, investigue com o seu médico a possibilidade de ter sensibilidade a algum tipo de alimento. “Mulheres sensíveis a leite ou glúten podem ter alteração de paladar. Se esse for o caso, depois de retirar do cardápio esse alimento que causa alergia, o paladar passa a aceitar muito melhor os alimentos naturais, observa Denise.

TESTE: VOCÊ É VÍTIMA DOS FUNGOS?

Respondendo a estas questões você poderá avaliar se os seus problemas de saúde estão relacionados aos fungos.
1. Você já fez uso repetido ou prolongado de antibióticos?
2. Tem infecções vaginais ou urinárias com freqüência?
3. Você se sente diferente ou percebe que os sintomas de alguma doença pioram em dias úmidos ou locais mofados e com ácaros?
4. Tem muita fadiga?
5. Sente-se triste ou deprimida com freqüência?
6. Você se queixa de dor de cabeça, irritabilidade, perda de memória e tem dificuldade de concentração com freqüência?
7. Tem TPM, ciclo menstrual irregular, perda de libido, falta de orgasmo, infertilidade, baixa temperatura corporal ou sente necessidade extrema de doces?
8. É vítima de distensão abdominal, gases, constipação, diarréia ou dor abdominal?
9. Sua pele é constantemente seca, coça ou arde, tem psoríase ou erupções?
10. Você sente dor muscular, inchaço ou rigidez nos ossos ou articulações?
11. Tem sensibilidade a cheiro de cigarro, perfume ou outros odores fortes?
12. Percebe que algum alimento lhe faz mal ou desencadeia algum tipo de sintoma diferente?
13. Você faz ou já fez uso de pílula anticoncepcional?

Resultado:
Marque 1 ponto para cada sim
- Até 7 pontos: Mostra que você não tem problemas com fungos.
- De 8 a 11 pontos: Seus problemas estão relacionados ao crescimento de fungos.
- 12 ou 13 pontos: Você é uma vítima dos fungos.